Responda rápido: como a causa animal impacta na sua vida?

cães abandonados

Os animais domésticos ganham cada vez mais espaço em nosso dia a dia. Hoje, com as mudanças culturais vividas pela sociedade, eles são considerados como membros da família e, só por isso, já merecem ser bem tratados, afinal, também têm vidas, sentem alegria, medo, frio e fome, assim como nós. 

Ainda assim, mesmo com o aumento da relação “homem-animal”, ainda é triste a realidade de maus-tratos e abandono que muitos sofrem, principalmente cães e gatos.

Ainda é grande o número de animais abandonados nas ruas, que não têm a chance de ter um lar com amor e carinho, e ficam expostos aos mais diversos tipos de crueldade.

E, enquanto muitos são largados à mercê da própria sorte, a venda de animais de raça cresce e, com ela, aumenta a quantidade de canis clandestinos, que veem o animal como lucro, sem se importar com as condições de vida destes.

E quando o lindo filhotinho na vitrine é comprado por impulso e, mais tarde descartado como objeto que não serve mais, acaba por fazer parte apenas das tristes estatísticas que envolvem o abandono.

O abandono e a saúde pública

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem cerca de 30 milhões de animais abandonados no Brasil, sendo 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães.

A pesquisa ressaltou que, em cidades de grande porte, para cada cinco munícipes existe um cachorro, destes, 10% estão abandonados. Nas cidades pequenas, a situação não é diferente e, em muitos casos, o número chega a 1/4 da população humana.

Um estudo da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA – World Society for the Protection of Animals) demonstrou que cerca de 75% dos cães e gatos do mundo estejam em situação de rua, podendo gerar grandes consequências para a saúde pública e para o bem-estar animal. 

Entre a vida e o lucro

A exploração comercial de animais afeta diretamente o bem-estar animal e a saúde pública. Muitos filhotes  que vemos à venda são frutos de reprodução em série, canis e gatis clandestinos, onde fêmeas mal têm tempo de se recuperar de uma cria anterior antes de nova ninhada. Quando já não servem mais, são abandonadas, com sinais físicos e psicológicos de maus-tratos. 

Se não bastasse, muitas pessoas adquirem ou adotam um animal sem se lembrar de que são compromissos para a vida toda e, apesar de parecer óbvio, esquecem que a guarda responsável vai muito além de dar água e ração, ela evita que mais animais sejam abandonados nas ruas.

A consciência da importância da vacinação e castração também evita que crias indesejadas sejam largadas nas ruas, contribuindo ainda mais para a superpopulação de animais.

Conscientização sobre guarda responsável evita casos de maus-tratos e abandono

A conscientização da população sobre guarda responsável de animais e bem-estar animal é o primeiro passo para diminuir os altos números de animais abandonados.

A consciência da importância da vacinação e castração também evita que crias indesejadas sejam largadas nas ruas, contribuindo ainda mais para a superpopulação de animais.

Por que, uma vez nas ruas, essa população animal aumenta, principalmente por força da capacidade de reprodução destes, já que amadurecem rapidamente e dão inúmeras crias, causando, também, maior necessidade de políticas públicas de controle populacional.

A importância da castração como política pública de controle populacional 

Trabalhar o controle populacional, através da castração, além de melhorar a qualidade de vida dos animais, reduz o número de cães e gatos abandonados e, consequentemente, diminuem crueldades e doenças, que podem ser transmitidas às pessoas por meio das zoonoses, doenças que podem ser transmitidas aos homens pelos animais, como raiva, leptospirose e leishmaniose e a Covid-19, gerando um grave problema de saúde pública. 

Diante de todas as consequências sanitárias e sociais, é possível perceber a importância da implantação de políticas eficientes para proteção desses animais que, em contrapartida, podem trazer diversos benefícios para eles e também à sociedade.

Animal não é só pet

Nos últimos anos, a busca por animais de estimação pouco convencionais cresceu, muito provavelmente pela popularização e facilidade que as redes sociais trazem.

Mas ter um animal silvestre em casa, além de provocar desequilíbrio no ecossistema, esconde uma triste realidade nos bastidores, que envolve tráfico, caça, mortes e extinção de espécies que, por consequência, impactam desde a geração de renda até na disponibilidade de alimentos que chegam até a mesa de casa. 

Por isso, o Poder Público tem o dever de atuar com Políticas Públicas, de forma eficaz na defesa do meio ambiente a fim de evitar sua degradação, na prevenção do dano ambiental e, também, com objetivo de preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais à sobrevivência humana, sua fauna silvestre e flora. 

A Saúde Única no combate a futuras pandemias

Não há como falar da medicina humana e esquecer da medicina veterinária, que, inclusive, estão mais ligadas como nunca. O conceito de Saúde Única envolve cuidados aos humanos, animais e meio ambiente. E o surgimento do Coronavírus, é prova e representa a importância de se trabalhar a saúde em todos seus pilares.

De acordo com relatório publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e Instituto Internacional de Pesquisa Pecuária (ILRI), a Saúde Única é o melhor método para prevenir e responder aos surtos de doenças zoonóticas e pandemias. 

Ele identifica sete tendências que impulsionam o surgimento de doenças zoonóticas, incluindo a crescente demanda por proteína animal, a expansão agrícola intensiva e não sustentável, o aumento da exploração da vida selvagem e a crise climática.

Entendeu por que é importante que o município trabalhe políticas públicas voltadas, também, aos animais e meio ambiente?

Todos os anos, cerca de dois milhões de pessoas, principalmente de países de baixa e média renda, morrem devido a doenças zoonóticas negligenciadas.

Estes surtos também podem causar doenças graves, mortes e perda de produtividade em rebanhos nos países em desenvolvimento, deixando milhões de pequenos agricultores em extrema pobreza. 

Nas últimas duas décadas, as doenças zoonóticas causaram perdas econômicas no valor de mais de 100 bilhões de dólares, sem contar a pandemia de COVID-19, que poderá custar 9 trilhões de dólares nos próximos anos.

Políticas públicas da causa animal não impacta apenas no bem-estar de animais domésticos, interfere na vida de todos nós. 

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